Entre e Fique à Vontade...

Entre e Fique à Vontade...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

FELICIDADE REALISTA

Por Mário Quintana



A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote
louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.

Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser
magérrimos, sarados, irresistíveis.

Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema:
queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas.

E quanto ao amor? Ah, o amor.. não basta termos alguém com quem podemos
conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar
pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente
apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes
inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos
sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o
que dá ver tanta televisão.

Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista.

Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você
pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um
parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando
se trata de amor-próprio.

Dinheiro é uma benção.
Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo.
Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se
sentir seguro, mas não aprisionado.
E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda,
buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e
um pouco de criatividade.

Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável.
Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato,
amar sem almejar o eterno.

Olhe para o relógio: hora de acordar.
É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza,
instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde
só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas
desta tal competitividade.

Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as
regras, demita-se.
Invente seu próprio jogo.

Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça de que a
felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir
embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não
sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração.
Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade...

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Enfim...


Sexta como pés para água fria pós maratona. 
Cansaço mental, corpo pede suor.
O correr em si é uma necessidade de esvaziar-se de tudo.
Tanta coisa na cabeça, pouca coisa no papel...
Começo de um fim.
Mudanças bem-vindas, desde que sejam para melhor...
O horizonte se abre em meio à poeira do caos...   


Por  Cris Nunes      

quarta-feira, 13 de abril de 2011

CORAÇÃO ABERTO


Por Cris Nunes

Cada dia que passa me liberto mais de qualquer tipo de regra ou tentativa de padronização do comportamento humano. Seja de atitude, de sentimentos, ações e reações, percepções e leituras, enfim, não existe padrão.

Todas as possibilidades estão abertas, sempre. Pode parecer exagero, mas não é. Você deve estar aí pensando  que existem sim certos comportamentos que são padronizados, certas atitudes que são previsíveis. Mas não falo destas convencionadas pela sociedade e que devemos ter como cidadãos ou como mulheres e homens de bem. Falo dos nossos sentimentos mais íntimos, quando estamos sendo nada além do que nós mesmos diante de uma situação.
Já parou pra pensar o quão incrível é a diferença entre cada ser humano? Totalizamos aproximadamente 7 bilhões e todos somos diferentes uns dos outros. Com exceção dos univitelinos, que são idênticos fisicamente, apenas.

Sejam advindas do meio, da criação, dos valores, de crenças religiosas, de personalidade,  de caráter, genética, étnica... enfim, percebemos importantes diferenças entre irmãos, que conviveram a vida inteira juntos, imaginemos então o que podemos encontrar de "tipo de gente" neste mundão de Deus? Portanto, em grande parte das vezes, não fazemos idéia de quem estamos enchergando realmente, pois todos nós mostramos apenas a ponta do iceberg ao mundo.

Podemos ver um estilo zem que realmente é zem ou um estressado que está tentando ser zem; podemos ver um tatuado rebelde e encrenqueiro e um tatuado doce e carinhoso. Livremos dos estereótipos!!! Eles nos levam a julgamentos errôneos. Definitivamente não existe padrão, o que nos faz concluir que devemos estar sempre de coração aberto, a todos os tipos e estilos, ações e reações.

Devemos evitar sempre julgar qualquer situação, pois nosso campo de visão é limitado demais  em nossas vivências e referências. E por isso corremos um sério risco de errar. Que tal vivermos sem muitas expectativas e tentando não julgar? Aceitação é a palavra chave.


Que possamos amar a todos sem esperar nada em troca, esse é o amor verdadeiro.
E aceitar todas as situações que nos aparecerem, tentando equilibrá-las.
E seguir o nosso coração, sempre.

Difícil, né? Estamos na luta, já é um bom passo. Um dia chegaremos lá!!!
Esqueça as vozes EXTERNAS e os padrões, eles buscam classificar o que  é inclassificável, o que não tem  regras nem padrões: o ser humano. Cada um é único!
Perceba o valor da incerteza e o infinito de possibilidades que ela nos traz. 
Confie em Deus e em vc e pense sempre positivo.
Tudo é possível e o nosso limite é o céu...

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Do Caos à Paz...

Angústia parada na garganta
Aperto no peito
Interrogações, reticências, interrogações
O canto dos pássaros parece não fazer sentido
Fraqueza nos punhos
O silêncio incomoda, mas é melhor que o som
Tem dias que seriam melhores se fossem noites
Tem horas que seriam melhores se não fossem
Idas e vindas aos mistérios profundos de mim
Mas sem caos não haveria paz e a sua busca
Incertezas mudando de gosto
Zil possibilidades
Conforto, contentamento
Enfim, paz.

Cris Nunes

Dedicatória
Dedico este poema/texto a minha grande amiga Larissa que diz gostar mais das minhas divagações tristes, angustiadas e afins rs. Que estas escritas sejam antítese frente a nossa amizade que, para mim, é imensa alegria. Amo-te!

CURA

          Brahma Kumaris
“A Terra suporta bons tempos e maus tempos. Ela nos oferece uma lição de humildade, generosidade, tolerância e transformação. Então vamos aprender a tratar com amor e cuidado a Terra que nos sustenta como uma mãe. Quando os seres humanos se reconhecerem como sendo uma família que precisa ser cuidada, a Terra será cuidada automaticamente, porque todas as feridas da Terra são causadas por atos de ganância, egoísmo e ego. Quando curamos a alma, curamos a Terra.” 
  

sábado, 6 de novembro de 2010

Viva!!! Manual Básico para o Bem Viver...

Por Cris Nunes

Pra começar que tal um sorriso? Ele abre as portas, energiza a alma e quebra qualquer negatividade... Alíás, sorriso deve vir de dentro e isso quer dizer pensar positivo, sempre. Expulse todo e qualquer pensamento ruim que vier à cabeça. Não permita que ele entre, ok?



Ame, primeiro você, pra conseguir amar os outros. Respeite-se, isso inclui corpo, cabeça e coração. Não se acostume com o que não te faz bem, há algo errado nisso. Agrade-se, com as músicas que gosta, com as flores que gosta, com as cores que gosta, com um presente que deseja... Agradeça, por tudo e por todos. Converse com Deus sempre, amigo melhor não há. Separe pelo menos 30 minutos do seu dia para ficar em silêncio, silencie a sua mente e não apenas a boca a não ser que seja para repetir um bom mantra.

Beba bastante água, beba vinho também. Uma taça se estiver sozinha, uma garrafa se estiver acompanhada, ou duas, quem sabe rs. Embriague-se pela vida, pela natureza, pelas pessoas e pela riqueza da diversidade que há em tudo... Apreciar a vida, a natureza, as pessoas, nos aproxima de Deus.

Movimente-se, corra, pedale, nade, patine, dance, cante, jogue, viaje, escale, leia, escolha os que mais lhe agradam. Ria, ria de você, da vida, do que você não pode mudar... E mude, tudo o que seu coração mandar: o visual, o humor, o emprego, a rotina, a cidade, o colchão, os móveis de lugar, o caminho do trabalho, o braço do relógio, o tamanho da saia, as companhias.

Coma bem, o necessário para nutrir-se. Isso quer dizer comer com qualidade. Evite tudo que é artificial, frito ou açucarado demais. Abuse de frutas e verduras, carnes magras, castanhas, grãos, tudo de soja, já batata, é dispensável. Mastique devagar. Quando comemos demais lá no fundo sabemos que o que queremos nutrir não é o corpo e sim a alma... Comer, assim como diversos outros hábitos, pode ser uma refúgio, uma fuga. E assim comemos pra preencher um vazio que comida não preenche. Que tal nutrir também a mente com um bom livro?

Evite excessos, qualquer tipo de excesso: dormir demais, malhar demais, comer demais, namorar demais, beber demais, falar demais, sair demais, trabalhar demais, rezar demais, rigor demais, seriedade demais, rir demais... Busque sempre o equilíbrio.

Não fume, não julgue, não fofoque, não reclame... Por experiência própria, com exceção de fumar que tenho certeza que não presta sem provar, dos outros posso falar com propriedade.

E não espere!
Não espere a vontade chegar para se levantar
Não espere um sorriso para sorrir
Não espere adoecer pra cuidar de você
Não espere a tristeza para buscar Deus
Não espere ser amada por todos, ame todos
Não espere engordar pra alimentar-se bem
Não espere um grande amor para ser feliz
Não espere que façam por você, faça você...
Entre esperas e esperanças esperamos sempre o mesmo...
E o que só encontraremos em nós mesmos... FELICIDADE.

"Metalinguageando..."


Sem saber o que escrever estou, mas com uma vontade louca escrevo, me faz bem. Escrevendo me sinto acompanhada por mim, conversando comigo. E gosto. E no meu monólogo, enquanto vou tentando  buscar o que escrever, sinto uma pergunta lá no fundo. Por que  escrever sem ter o que escrever? Ainda não descobri, mas sei que sempre quando sinto esta vontade tem uma coceirinha interna, uma vontade de não sei o quê... Ainda não desvendo por completo meus mistérios, só sei que existem. Nem sei o que me faz sentir essa vontade de escrever sei lá o que. Só sei que sinto...




  Cris Nunes

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Buscando o Sentido...

Por Cristiane Nunes

Às vezes a vida parece não ter sentido. Falta algo pra nos sentirmos satisfeitos, completos. E não é por falta de amigos, família, namorado, dinheiro ou saúde. É por falta de sentido mesmo. A vida parece ser uma boca com saliva insuficiente para valer a pena engolir. Peixe fora d'água, entende?
Mas, não estamos aqui por acaso...  Sabemos que não estamos nessa vida a passeio apenas, todos temos uma missão. Se em alguns momentos a vida parecer inútil e sem sentido, devemos buscá-lo. Temos por dever buscar o sentido para a vida. E não devemos descansar enquanto não o encontrarmos. Talvez, quando encontrarmos, vamos descansar menos ainda, mas estaremos cansados e felizes. Nem adianta pensar que o sentido virá quando comprarmos o carro dos nossos sonhos, ou quando estivermos no emprego que queríamos,  quando adquirirmos a  casa própria,  quando fizermos aquela viagem ou conquistarmos aquela pessoa. Não, definitivamente, não. O sentido independe dessas "coisas", que são sim importantes, mas não são garantia de preenchimento interior, se é que podemos chamar assim. É que o sentido não vem de fora pra dentro. Ele é sutil e ao mesmo tempo intenso. E se você pensa, que quando encontrá-lo, estará pleno e absoluto, desista! É preciso foco e muita dedicação para não perdê-lo de novo.
Auto conhecimento é um grande passo. Naturamente, virá o auto-respeito. Sem ele não há sentido, literalmente. Entender por que somos assim ou assado, por que sentimos, agimos e reagimos do nosso jeito, são peguntas indispensáveis para nos conhecermos melhor. E assim estaremos mais perto de nós mesmos e consequentemente de Deus. Então, as coisas começarão a fazer sentido e o sentido começará a se fazer presente, como um presente que ganhamos da vida, cada vez mais presente!!!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O Caminho da Espiritualidade

Por  Rakel Possi

Trilhar o caminho da espiritualidade exige ousadia e coragem. Precisa-se abandonar o mundo das ilusões, no qual vivemos e convivemos, e entrar no mundo da Verdade que, por melhor que seja, ainda nos é desconhecido. E para fazer esta viagem iniciática precisamos nos munir de coragem, bastante coragem, porque teremos que abandonar muitas coisas nas que acreditamos, e nem pensamos mudar, para entrar no verdadeiro mundo espiritual. Podemos diferenciar dois tipos de espiritualistas: o teórico, aquele que já leu todos os livros, decora o nome de todos os gurus e sabe, de acordo com ele próprio, a resposta para todos os problemas; e o espiritualista realista e iniciado. É claro que é muito mais fácil falar dos Mestres, procurar fazer rituais cheios de mistificação, viajar a lugares longe, mas não tanto que os afastem do celular e da internet. Há os que nem entram no caminho e procuram justificar seus medos: sinto que ainda não estou pronto; acho a vida espiritual maravilhosa, mas não é para mim ainda, primeiro quero resolver outras coisas ... E por ai vai! Estes vão atrás das miragens dos magos de plantão que prometem soluções em curto tempo esquecendo do tempo de vida que já tem. Mas quem quer entrar, de fato na vida espiritual ...ah, estes sim terão muito trabalho! Porque ser espiritualista é trabalhar lado a lado com as pessoas, pensar seriamente no que se faz e principalmente no que deve se deixar de fazer. É saber escolher o momento para usar o livre arbítrio e o de deixar que a Vontade Superior se manifeste. A vida espiritual não requer pequenos e fáceis esforços, pelo contrario, se quiser crescer: Trabalhe! Cave a abertura da sua caverna interna e saia, mexa-se até a abertura da mesma para ver a Luz. Seus guias espirituais entregam as ferramentas em suas mãos, mas não cavam por você. O abrir as portas é individual, único para cada um. Não se iluda procurando se encontrar em grupos diferentes, que detém as respostas de tudo com facilidade e que passam a mão na cabeça dos que erram dizendo é por aí mesmo, irmão... Procure refletir sobre a vida e ação dos Mestres e verá que todos Eles não tiveram uma vida fácil. Foi preciso que abandonassem a vida que levavam para entrar, de cabeça, na espiritualidade e seguirem seus ideais. Foi assim com Jesus, com Buda, com Francisco de Assis. A falsa espiritualidade lhe da a teoria que é encontrada nos livros. O verdadeiro Mestre o levará a arriscar-se, a não temer, a ser ousado. Nesta vida escolhida não há fracassos, há aprendizagem; o sofrimento pode ser transformado em amor; as mágoas em perdão; as decepções em crescimento, mas tudo conscientemente, de coração e mente. Não porque alguém lhe diz que tem que ser assim, mas porque lhe mostram e lhe fazem aprender, na prática, que assim é possível e é sempre melhor. Esta é a verdadeira alquimia: transformar a pedra bruta que somos em diamantes puríssimos. Trabalhe! Escolha o que quer ser e siga a trilha. Certamente todos seus guias espirituais estão a postos e colocarão as ferramentas perto seu, bem perto, para que possa segurá-las firmemente e cavar, cavar, até que num ponto luminoso apareça a Grande Luz!

                                                                     

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

"Mantenha seus pensamentos positivos porque seus pensamentos tornam-se suas palavras. Mantenha suas palavras positivas porque suas palavras tornam-se suas atitudes. Mantenha suas atitudes positivas porque suas atitudes tornam-se seus hábitos. Mantenha os hábitos positivos porque seus hábitos tornam-se seus valores. Mantenha seus valores porque seus valores.....tornam-se seu DESTINO."

                                                                           
                                                          Mahatma Gandhi


                                                                                                

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A Vida em Equilíbrio

Charles Hogg explora os segredos de manter equilíbrio na vida


Alguns incidentes durante a nossa infância deixam impressões muito profundas. Recordo-me de um programa de televisão exibindo um equilibrista numa corda bamba cruzando as Cataratas do Niágara. Fiquei fascinado com a forma como ele colocava cuidadosamente um pé depois do outro, num estado de concentração total. Às vezes ele parava para se re-equilibrar e reavaliar sua posição. Um pequeno deslize ou leve desequilíbrio e ele poderia ter caído centenas de metros nas turbulentas e brancas águas abaixo de si. Era de tirar o fôlego.

Alguns de nós sentimos que a vida é semelhante. Achar nosso equilíbrio interno enquanto vivemos entre diversos extremos, como o equilibrista na corda bamba, pode ser precário. Pode criar uma enorme tensão. Vivemos num mundo de dualidades e a todo o momento temos de tomar decisões sobre onde ficarmos entre tantos extremos. Eu deveria tolerar a situação em silêncio ou deveria enfrentá-la expressando como realmente me sinto? Será que estou partindo de um ponto de auto-respeito ou simplesmente estou sendo arrogante? Estou sendo egoísta ou sensato ao importar-me com minhas próprias necessidades? Quando devo deixar que as coisas aconteçam e quando devo forçar o que eu desejo?

A filosofia taoísta expressa esses dilemas no seu milenar símbolo “Ying Yang”. Praticamente a todo segundo enfrentamos a dualidade dos opostos. Infelizmente não há nenhuma fórmula para encontrar o equilíbrio certo. Cada situação requer uma mistura diferente de forças aparentemente opostas diametralmente. Algumas situações exigem que sejamos totalmente assertivos e que nos expressemos exatamente como nos sentimos. Outras exigem que deixemos a situação fluir por si, satisfazendo necessidades e desejos dos outros, e ainda, em algumas situações, necessitamos de uma mistura entre essas duas possibilidades. Cada situação depende da nossa habilidade de visualizá-la objetivamente e ter o discernimento sobre o caminho do meio. Em minha experiência, o meio termo, o caminho do meio, supõe achar um ponto de silêncio do qual observo todas as marés de influências e opiniões. Desse ponto vejo com clareza o caminho que preciso seguir.

A maioria de nós acha a vida um malabarismo constante no qual tentamos cumprir muitas responsabilidades diferentes. Primeiramente, para nossa família e amigos – a maioria de nós sente os relacionamentos como a prioridade mais alta. Em segundo lugar, nossas responsabilidades com a carreira escolhida. Em terceiro lugar vêm nossos outros interesses, como serviço comunitário, esportes ou nosso próprio divertimento. Negligenciar um deles pode gerar estresse.
O maior estresse não vem do excesso de trabalho, mas da preocupação de estarmos negligenciando uma área de nossa vida. É de conhecimento geral que “workaholics”, freqüentemente brilhantes no seu campo de trabalho, utilizam esse mesmo trabalho para escapar de áreas de suas vidas que acham difíceis. Talvez conflitos em casa, ou até mesmo uma falta de auto-estima. Ir para um extremo normalmente é sinal de tentar acobertar uma carência em outra área. Parece que buscamos aquilo em que somos bons, mas muito habilmente criamos nossa vida de modo a evitar o que nos desafia ou que achamos difícil. Um renomado orador público certa vez me disse que tinha muita confiança para enfrentar uma multidão, mas numa conversa face a face freqüentemente se sentia totalmente inadequado, e assim, evitava esse tipo de contato. O resultado, desequilíbrio!

Comecei a praticar meditação quando eu tinha pouco mais de vinte e um anos. Um dos benefícios maravilhosos da meditação que descobri era a arte de me ver objetivamente, como fazendo parte da audiência que assistia meu próprio desempenho no palco. Assistindo-me, pude ver como estava tentando agradar os outros arduamente, comprometendo constantemente o que realmente eu queria ou necessitava. Era mais importante buscar respeito dos outros que de mim mesmo. Resultado... mais desequilíbrio.

Então, tenho responsabilidades sobre mim mesmo, e o que é isso? Quantos de nós alcançam um ponto onde a ansiedade em fazer malabarismos com nossas diversas responsabilidades alcançam extremos. Freqüentemente é nesse momento que reavalio as minhas prioridades. Hugh Mackay, um pesquisador social australiano, descreveu os anos 80 como os "ansiosos anos 80”. Ele observou que muitas pessoas estavam optando por uma "viagem interna"; uma mudança total de atitude onde uma pessoa começa a olhar internamente para solucionar a ansiedade e o extremismo. Culpar os outros ou as situações é o caminho da ilusão. Assumir a responsabilidade de como me sinto é o caminho verdadeiro. Eu não resisto aos desafios que a vida me traz e nem sou subjugado por eles.

Mas como encontrarmos nosso ponto de equilíbrio em cada situação?

Precisamos estar totalmente fora da influência, opiniões e até mesmo percepções passadas e adotar a "visão de helicóptero". Desse ponto, “visto do alto”, podemos ver o quadro inteiro com clareza. Desapego sempre foi a marca dos grandes pensadores, porque apenas quando vemos a situação como um observador desapegado percebemos a verdade real. Caso contrário, nossas emoções, desejos ou apegos cobrem essa clareza de nuvens. O desapego é muito necessário para encontrar o verdadeiro equilíbrio, mas muitos de nós podem tender a sentir isso como algo frio e distante. É por isso que o primeiro e principal equilíbrio é amor e desapego.

Amor é a maior necessidade. Aqueles que sempre expressam o seu amor com uma motivação pura, sempre sentem-se cheios de amor. Mas, para verdadeiramente estar amando, precisamos de desapego. Quando estamos desapegados não ficamos irritados ou afetados pelas ações dos outros, e assim, podemos manter nosso amor. Nosso amor não é condicional às respostas deles. Não estamos comercializando no “negócio de amor” que diz, “Se você fizer isso, só então você receberá meu amor...”

Algumas vezes temos de mostrar apoio e amor total, mas em outras ocasiões temos de dar um apoio oculto, permitindo que o outro se levante com seus próprios pés. Aí nosso desapego toma a forma de respeito em que o outro pode realizar sem nossa ajuda. Ser amoroso e desapegado é como uma proteção de diferentes influências e ambientes em que os humores, imperfeições e percepções dos outros não conseguem perturbar nossa clareza.

A prática da meditação nos leva naturalmente para a ‘visão de helicóptero’. De lá você pode ver o quadro completo e se tornar uma pessoa mais equilibrada. Algumas das áreas nas quais você encontrará equilíbrio são:

Análise e Aceitação

Algumas situações requerem análise clara, mas apenas a análise não finaliza o assunto. A mente fica repetindo os eventos, uma vez, outra e novamente e ficamos tentando manter nossa objetividade. Mas a aceitação pode clarear os sentimentos subjetivos e nos permitir seguir com nossa vida. Aceitação não significa negar ou reprimir, mas é uma profunda sabedoria em perceber que nada mais pode ser feito. Tudo o que podemos fazer é, para o que quer que tenha acontecido, tomar a lição e progredir para o futuro.


Humildade e Autoridade

Quando temos auto-respeito, nossas palavras e ações expressam humildade. Algumas pessoas dizem que admiram a humildade, ainda que sintam que pessoas humildes podem se tornar capachos. Mas a verdadeira humildade indica autoridade e uma força suave. Isso é autoridade sobre si mesmo. Não é uma autoridade que impõe controle sobre os outros. A pessoa humilde fala com verdade, mas a sua autoridade não vai ferir o coração de outras pessoas. As pessoas vão admirar a dignidade e a autoconfiança de uma pessoa assim. O equilíbrio entre humildade e autoridade sobre si mesmo é a base de um  grande líder.


Satisfação e Ambição

Algumas pessoas nunca estão satisfeitas. Não importa o quanto tenham, sempre querem mais. É um tipo canceroso de falta de paz interior que nunca os permite ficarem quietos desfrutando o presente. Outros parecem não ter nenhuma motivação para melhorar em qualquer nível. Um dos presentes da prática de meditação está em descobrir uma consciência profunda de nosso eu espiritual e nosso relacionamento com Deus.

Isso diminui a ambição por reconhecimento e cria um sentimento de abundância e satisfação. Porém, até mesmo com essa satisfação interna, pode haver ainda a ambição para melhorar nossas próprias vidas e ajudar os outros. Contudo, essa não é uma ambição que busca a aprovação dos outros, mas vem de um interesse genuíno de benevolência.


Charles Hogg é Diretor dos Centros de Raja Yoga da Brahma Kumaris na Austrália.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

 Por Cris Nunes

O dia amanheceu frio, distante, como se eu não me encaixasse nele. Vontade de não sair da cama. Talvez mais fria que o dia de hoje está a minha alma. É uma tristeza profunda daquelas que carregamos de outras vidas. Mas confortável, como um defeito que sabemos que temos e que nos acostumamos com ele. Ela é companheira, não me abandona, sempre volta em momentos importantes de reflexão. Já faz parte de mim, sem ela eu não seria a mesma, não seria eu e nem mesmo seria tão feliz.


segunda-feira, 26 de julho de 2010

Receita para quebrar a acidez...

Por Cris Nunes

Há que se fazer transformar, verdadeiramente, o ácido que chega até nos em doce dentro de nós.
Não menos importante, devemos também nos ater ao ácido que temos e que devemos fazê-lo docura.
Para quebrar a acidez abuse de pitadas de amor e compaixão.


sexta-feira, 23 de julho de 2010

Mulheres, vamos nos desprogramar!!!

 Por Cris Nunes

Tem dias que acho tão cansativo ser mulher que me revolto e fico  por um tempo "menos mulherzinha".  É que fomos programadas a "ter que fazer" tantas coisas chatas que as vezes nos pegamos exaustas e fazendo todas elas. Mas nos esquecemos que é uma questão de escolha. Enfeitar, maquiar, fazer unha, usar salto, depilar, colocar brincos, anéis, pulseiras... aff, uma chatice! Que tal, para testar, pelo menos uns dois meses sem nada disso? Eu recomendo! Além de descansar cabeça, pele, unhas e pés, etc,  você ainda economiza horrores. Quer coisa mais insuportável do que arrumar uma mala de mulher? Chega a ser ridículo. São no mínimo 5 necessaires: 1 pra banho (sabonete para o corpo, sabonete para o rosto, shampoo, condicionador, máscara, creme para pentear, pente, fio dental, escova de dentes, cotonetes); outra pós banho (hidratante para corpo, rosto, área dos olhos, removedor de maquiagem, tônico, perfumes, protetor solar pra corpo e protetor pra rosto);  uma pra maquiagem (batons, base, pó, himel, blush, lápis, delineador, iluminador, pincéis, gloss, esqueci algo? Deus me livre!!) acho que o removedor ficou na bolsa errada; outra pra bijouterias (brincos, pulseiras, colares e anéis)   e, por fim, o kit escova secador, chapinha, xuxinha, tic-taks, piranha kkk que ocupam um espaço terrível. Ah, tem uma sacolinha com calcinhas, sutiãns e absorventes (noturno, interno, diário e normal) caso seja necessário e é bom levar um remédio pra cólica também e por favor não esqueça o da TPM. Onde vai caber roupa na mala? Boa pergunta. Fora isso, além da bolsa que você leva na viagem, É BOM (ai ai ai) levar uma outra bolsa de reserva, pois vai que outra não combina com a ocasião ou com todas as roupas? Imagina? Querem que eu descreva o ritual pra maquiar? Melhor não!  Deu preguiça de viajar né? Pois é, isso porque não descrevi a diversidade de sapatos, cintos e roupas que normalmente "temos" que levar. E não pensem que estou falando de uma mala de patricinha não. Isso é uma mala BÁSICA  de mulher "normal", acreditem. E se elas põem "o mínimo possível" na mala, imagina o que estas malucas têm em casa? O pior de tudo ainda está por vir... com todas estas chatices pra fazer ainda somos muito mais cobradas. Quer ver? Se falamos palavrão (o que seria bem adequado para a nossa desgastante rotina) soa mais feio; se fumamos, que não deixa de ser uma fuga e um relaxante (PS: odeio cigarro) também é bem mais feio, se somos desorganizadas (mesmo com muito mais coisinhas chatas pra arrumar), que horror  uma MULHER BAGUNCEIRA! Já ficou de salto pelo menos 1 hora em pé pra saber como é? Fio dental, o da bunda, já usou? A vontade é de falar palavrão mesmo (dos bem feios) e fumar um maço de cigarro pra quem gosta. Agora, pergunto a vocês, por que fazemos tudo isso? São tantas explicações, melhor nem tentar!! Que tal abrirmos um debate?
MULHERES, na minha opinião o importante é se sentir bem, cuidar de dentro pra fora, alimentar-se bem, praticar atividades físicas, ler um bom livro e isso refletirá no nosso exterior. Quer coisa mais chique que simplicidade? Sem muita informação, mas com estilo, tipo O SEU? Buscar a sua identidade, inclusive visual e fugir dos padrões consumistas da aparência, nos mantém mais próximas do que é mais importante: a essência. Encontrando a essência, a segurança de se sentir bem, independente de qualquer fator externo, torna-se charmoso e as vezes até irresistível. Ok?!

Agora me dêem licença que só tenho 5 horas pra arrumar a minha mala hahaha...  

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O que se leva para a vida após uma longa corrida...

 Por Cris Nunes

A vida é engraçada, coisas inesperadas acontecem pra nos despertar, nos fazer refletir...
Quase sempre o que conquistamos nos leva a outros caminhos e valores diferentes da conquista “real”.
Inscrevi-me na Meia Maratona de Montes Claros pra tentar perder o medo de mim mesma, pra praticar a aceitação caso não conseguisse completar a prova, pra me superar e, no máximo, pra tentar chegar ao final, o que já seria muito.

Nunca havia corrido 21 km antes.

Quem gosta de competir, na verdade, sente medo por que gosta tanto de vencer que só pensa na tristeza que seria se isso não acontecesse. Mas naquele dia foi diferente. Eu não estava ali pra vencer, não me preparei. Claro que de vez em quando pensava - "vai que ganho", mas como não estava ali pra isso, relaxava em seguida. Minha única adversária seria a de sempre e que já estou muito bem acostumada com ela: EU. A meta era "somente" completar a prova.

 Após a largada percebi que a luta seria contra meus pensamentos mais do que qualquer outra coisa. Correr pra mim é hobby, sempre foi, faço por prazer. Mas, naquele dia não foi, não senti prazer. Sentia e pensava tantas coisas ao mesmo tempo que foi tenso, bastante tenso no início. Tive que falar o tempo todo a mim mesma que eu gostava daquilo, que eu dava conta, que seria legal, mas foi muito difícil me convencer. Senti vontade de parar por diversas vezes, algumas por preguiça, outras por pensar no que eu estava fazendo ali naquele sol escaldande correndo? A troco de que? Poderia estar na sombra, sentada, tomando uma água de côco.

          A cada pessoa que passava na minha frente desejava, sinceramente, de todo coração, boa sorte e força, pois sabia o quanto estava sendo difícil estar ali. Imaginei que pra todo mundo também não devia estar sendo fácil. As emoções, à flor da pele, pareciam contagiar os corredores, e num clima de "estamos no mesmo barco" todos seguiam com olhares, sorrisos, gestos e frases de incentivo. Emoção, foi o que senti em cada passo após esquecer da corrida em si e me ater às sensações. A prova se tornou uma metáfora. Aquilo já não era mais uma simples Meia Maratona, mas simbolizava a minha vida. E percebi que por mais que muitos queriam ganhar o prêmio, a superação era individual, não existia muita disputa com o outro. E nem poderia.

Como querer superar alguém que desconheço a história de vida, o preparo físico, o treinamento que fez, a predisposição genética, o espírito de superação, etc? Seria no mínimo leviano. Nos momentos de maior cansaço físico e, consequentemente mental, recebi manifestações tão carinhosas, que me deram força pra continuar e isso me fez querer incentivar os outros também. Como não remeter aquilo tudo à vida?

A verdade é que durante a corrida e diante de todas as intensas sensações, físicas, emocionais e psicológicas, passa um filme na nossa cabeça. Lembramos muito de tudo que já vivemos, das pessoas que amamos, todas as tristezas, vitórias e emoções por que passamos se afloram, vêm à tona. E cada passo que conseguimos dar se transforma em um pedacinho da vida que foi, e, os passos que vêm pela frente em pedacinhos da vida que vai ser.

Então já não existe mais vontade de desistir, e sim, muita vontade de conseguir chegar, de prosseguir. Tive certeza que para cada um, mesmo para os primeiros colocados, a experiência, as emoções e a lição final, que devem ser diferentes e bem particulares, valeriam muito mais do que o prêmio. Digo isso como amadora, talvez para profissionais nem tanto.

Na chegada, momento de maior emoção, o que me fez mais feliz não foi completar a prova, por incrível que pareça. Foi poder ver meus irmãos, me esperando e acreditando que eu chegaria; foi ver meus amigos e pessoas tão especiais no sol escaldante sorrindo e acenando pra mim. Sei que eles não foram esperando a vitória. Foram me ver.

E após completar uma prova de Meia Maratona, correndo 21 km por 2 horas, pude perceber o quanto é bom ter irmãos, amigos e bons sentimentos. Foi uma maravilhosa experiência que me fez dar muito mais valor a pequenos detalhes fundamentais: a importância de um sorriso, de uma palavra de incentivo, de vigiar os pensamentos SEMPRE, de valorizar as pessoas que amamos, de desejar o melhor a todos (o quanto isso faz bem!!) e que na vida o nosso maior adversário é a gente mesmo.

Muitas vezes precisamos de passar por momentos de intenso sofrimento, pra valorizarmos o que realmente deve ter valor.

Uma doença grave, a perda de uma pessoa especial, uma grande tragédia, são momentos de grandes emoções e de muitas reflexões.

Uma Meia Maratona não pode ser comparada a estas dificuldades acima citadas. Mas por tudo que senti durante a prova e por ter me levado a limites de todas as formas, ela também gerou reflexões e lições de vida valiosas...

A corrida pra mim resumiu o que devemos levar para nossas vidas...
Por maiores que sejam as dificuldades, tanto a trajetória quanto a chegada, valem muito a pena!! Certamente por que seremos pessoas bem melhores do que antes.

Recomendo a todos participarem pelo menos uma vez na vida de uma prova deste tipo... Vale muito a pena!!