Por Rakel Possi
Trilhar o caminho da espiritualidade exige ousadia e coragem. Precisa-se abandonar o mundo das ilusões, no qual vivemos e convivemos, e entrar no mundo da Verdade que, por melhor que seja, ainda nos é desconhecido. E para fazer esta viagem iniciática precisamos nos munir de coragem, bastante coragem, porque teremos que abandonar muitas coisas nas que acreditamos, e nem pensamos mudar, para entrar no verdadeiro mundo espiritual. Podemos diferenciar dois tipos de espiritualistas: o teórico, aquele que já leu todos os livros, decora o nome de todos os gurus e sabe, de acordo com ele próprio, a resposta para todos os problemas; e o espiritualista realista e iniciado. É claro que é muito mais fácil falar dos Mestres, procurar fazer rituais cheios de mistificação, viajar a lugares longe, mas não tanto que os afastem do celular e da internet. Há os que nem entram no caminho e procuram justificar seus medos: sinto que ainda não estou pronto; acho a vida espiritual maravilhosa, mas não é para mim ainda, primeiro quero resolver outras coisas ... E por ai vai! Estes vão atrás das miragens dos magos de plantão que prometem soluções em curto tempo esquecendo do tempo de vida que já tem. Mas quem quer entrar, de fato na vida espiritual ...ah, estes sim terão muito trabalho! Porque ser espiritualista é trabalhar lado a lado com as pessoas, pensar seriamente no que se faz e principalmente no que deve se deixar de fazer. É saber escolher o momento para usar o livre arbítrio e o de deixar que a Vontade Superior se manifeste. A vida espiritual não requer pequenos e fáceis esforços, pelo contrario, se quiser crescer: Trabalhe! Cave a abertura da sua caverna interna e saia, mexa-se até a abertura da mesma para ver a Luz. Seus guias espirituais entregam as ferramentas em suas mãos, mas não cavam por você. O abrir as portas é individual, único para cada um. Não se iluda procurando se encontrar em grupos diferentes, que detém as respostas de tudo com facilidade e que passam a mão na cabeça dos que erram dizendo é por aí mesmo, irmão... Procure refletir sobre a vida e ação dos Mestres e verá que todos Eles não tiveram uma vida fácil. Foi preciso que abandonassem a vida que levavam para entrar, de cabeça, na espiritualidade e seguirem seus ideais. Foi assim com Jesus, com Buda, com Francisco de Assis. A falsa espiritualidade lhe da a teoria que é encontrada nos livros. O verdadeiro Mestre o levará a arriscar-se, a não temer, a ser ousado. Nesta vida escolhida não há fracassos, há aprendizagem; o sofrimento pode ser transformado em amor; as mágoas em perdão; as decepções em crescimento, mas tudo conscientemente, de coração e mente. Não porque alguém lhe diz que tem que ser assim, mas porque lhe mostram e lhe fazem aprender, na prática, que assim é possível e é sempre melhor. Esta é a verdadeira alquimia: transformar a pedra bruta que somos em diamantes puríssimos. Trabalhe! Escolha o que quer ser e siga a trilha. Certamente todos seus guias espirituais estão a postos e colocarão as ferramentas perto seu, bem perto, para que possa segurá-las firmemente e cavar, cavar, até que num ponto luminoso apareça a Grande Luz!
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